sábado, 6 de fevereiro de 2010

Alagados! Até quando?



Dentro do ônibus parado
Muitas pessoas
Lá fora muita sujeira
Corre com a água
Povo sem mágoa
Cheio de canseira
Aguarda
Que baixe a poeira...
Poeira não,
A água

Alguns descem do ônibus
Impaciente povo
Que anseia por algo novo
Brasileiro! Que vida tem?!
Mas, ainda há quem diga:
Está tudo bem!

Mais de duas horas no ônibus,
Tudo parado,
Buzinas e comentários
A mulher cansada reclama
"Ficar duas horas sofrendo não dá"
E o moço na janela
Nessa hora pra tudo se apela

Não consigo ver lá fora
Quero ir embora
Todos pensam assim
Mas, o ônibus anda 1km em uma hora

Que situação esta
Tem gente no ponto lá fora
Lado de fora que chora

A angústia
Incessante
Toma conta das faces
Estou angustiada,
Mas, aqui sentada.
Sheila C. Stach

Escrito em março de 2000, quando voltava do trabalho em um dia de enchente em São Paulo. Até quando? Tudo do mesmo jeito! Ou pior?

3 comentários:

  1. Muito linda essa poesia.
    Hoje está pior o problema das enchentes, é uma vergonha! Esse governo tem que parar de impermeabilizar a cidade e construir mais áreas verdes.E a população parar de jogar lixo nas ruas, rios, e trabalharmos com a reclicagem.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Com certeza! O governo precisa fazer a parte dele, mas o povo precisa conscientizar-se de que boa parte da responsabilidade é sua. Basta dar uma voltinha pelo bairro para se deparar com todos os tipos de objetos espalhados pelas calçadas e terrenos baldios: móveis velhos, pedaços de madeiras, plásticos, enfim, todo tipo de lixo...E o pior é que a maioria pode ser reciclada! Vamos acordar!! A virada só depende de nós!

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